Grécia

A Grécia apresenta um bom desempenho em apenas algumas poucas medidas de bem-estar em comparação com a maioria dos demais países no Índice para uma Vida Melhor. A Grécia está acima da média no requisito condições de saúde, porém abaixo da média em renda e riqueza, engajamento cívico, bem-estar subjetivo, educação e qualificações e, por fim, emprego.

O dinheiro, embora não possa comprar felicidade, é um meio importante para alcançar padrões superiores de vida. Na Grécia, a renda média doméstica disponível líquida ajustada per capita é de 15.911€ por ano, muito abaixo da média da OCDE, de 30.208€ por ano. Há uma diferença importante entre os mais ricos e os mais pobres pois os 20% mais favorecidos da população ganham seis vezes mais do que os 20% menos favorecidos.

Em relação ao índice de emprego, cerca de 54% das pessoas com idades entre 15 a 64 anos na Grécia têm emprego remunerado, abaixo da média de emprego da OCDE de 68%, e a taxa mais baixa da OCDE. Aproximadamente 63% dos homens têm um emprego remunerado, comparado a 44% das mulheres.

Educação e qualificações são requisitos importantes para conseguir um emprego. Na Grécia, 73% dos adultos com idades entre 25 e 64 anos concluíram o ensino médio, menos do que a média da OCDE, de 79%. Isso se aplica mais às mulheres do que aos homens, sendo que 72% dos homens completaram ensino superior comparado com 74% das mulheres. Em termos da qualidade do sistema educacional, o aluno médio obteve pontuação de 458 no domínio de leitura, matemática e ciências, no Programa Avaliação de Estudante Internacional (PISA- iniciais em inglês) da OCDE. Esta pontuação é inferior à média da OCDE, de 486. Em média, na Grécia, as raparigas superaram o desempenho dos rapazes em 15 pontos, que é superior á média da OCDE, em 2 pontos.

Em relação à saúde, a expectativa de vida no nascimento, na Grécia, é de quase 82 anos, dois anos a mais do que a média da OCDE, de 80 anos. A expectativa de vida das mulheres é de quase 84 anos, comparada a 79 anos para os homens.

A participação eleitoral, uma medida da participação dos cidadãos no processo político, foi de 64% durante as últimas eleições; abaixo da média da OCDE, de 68%. O status social e econômico podem afetar a participação eleitoral; esta participação para os 20% mais favorecidos da população está estimada em 68% e para os 20% menos favorecidos da população está estimada em 55%, diferença menos acentuada do que diferença média da OCDE, de 13 pontos percentuais.

De maneira geral, os gregos estão menos satisfeitos com suas vidas do que a média da OCDE. Quando questionados sobre a sua satisfação em geral com a vida, numa escala de 0 a 10, em média os gregos consideram que estão em um nível de 5.4, uma das mais baixas pontuações na OCDE onde a média é de 6.5.

Refugiados

Mais de 74.000 requerentes de asilo chegaram à Grécia em 2019 vindos da Turquia, um aumento de 47,2% em relação ao ano anterior, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

A grande maioria dos refugiados (59.457) chegou por mar, representando um aumento de 83% em relação a 2018, enquanto as chegadas através da fronteira terrestre greco-turca diminuíram 17,4% no total de 14.891 refugiados. A ilha grega de Lesbos recebeu 26.974 requerentes de asilo, seguida pela de Samos (10.711) e a de Quios (7.990).

Segundo os dados do ACNUR, 35% dos refugiados nas ilhas são crianças, na sua maioria com menos de 12 anos - um em cada seis não está acompanhado por um adulto - e 22% são mulheres. Como consequência, as condições de vida nos campos de refugiados das ilhas pioraram ainda mais.

De acordo com dados oficiais publicados esta quinta-feira, 42.000 requerentes de asilo encontram-se amontoados nas ilhas do Mar Egeu em campos cuja capacidade total de alojamento é de 8.500 pessoas.

Cerca de 12 mil crianças vivem atualmente nos campos de refugiados localizados nas ilhas gregas e destas apenas 1% "vai à escola", denunciou esta segunda-feira o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).

A ausência de escolaridade das crianças refugiadas deve-se principalmente à falta de coordenação entre as autoridades locais e o Estado grego para o transporte destes menores para a escola ou pelo atraso no envio de professores e de formadores para darem aulas aos migrantes nas escolas públicas, segundo a organização. "As crianças precisam de ter normalidade, de estarem nas aulas com outras crianças", sublinhou o porta-voz.

Para tentar colmatar algumas falhas, o ACNUR e algumas organizações não-governamentais (ONG) estão a organizar cursos de línguas ou outras atividades para crianças migrantes, mas, segundo frisam, estas ações não pretendem substituir a escolaridade oficial. "Três crianças de uma família síria, que chegou há quatro meses a Lesbos, nunca foram à escola. No seu país de origem, eles eram muito pequenos para serem escolarizados e, agora na Grécia, quando atingirem a idade apropriada, não há escola para eles", relatou Boris Cheshirkov.

Condições de vida dos refugiados

Os hotspots nas ilhas gregas foram inicialmente criados para períodos de permanência limitados, mas os requerentes de asilo acabam por ficar nestes campos durante vários meses. Várias ONG têm denunciado as condições de vida muito precárias que enfrentam os migrantes nestes campos.

Em declarações recentes em Bruxelas, o presidente internacional da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), Christos Christou, assegurou que a situação dos campos de registo e de acolhimento de refugiados nas ilhas gregas é comparável aos cenários verificados pela organização em partes do mundo "afetadas por desastres naturais ou em zonas de guerra".

Durante uma recente visita à Grécia, o Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, também classificou as condições dos campos nas ilhas gregas como "extremamente preocupantes".

Em novembro passado, o Governo helénico anunciou um plano que prevê encerrar alguns dos maiores campos de processamento e de acolhimento de refugiados nas ilhas gregas e substituí-los por novas estruturas, que funcionarão em regime de detenção. O plano suscitou as críticas de autarcas locais e de organizações internacionais, que denunciaram uma "violação do Direito Internacional dos requerentes de asilo".



Economia C, Escola Secundária Carlos Amarante, Braga
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